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Foto do escritorGisele Hildebrand

Energia solar e carros elétricos: como funcionam juntos?

Atualizado: 23 de jun. de 2020

Você sofreu com a greve dos caminhoneiros? E com os reajustes inesperados nos preços dos combustíveis? Milhões de brasileiros apoiaram a greve de junho de 2018, porém nossa frota de caminhões, ônibus e carros ainda depende muito de combustíveis fósseis. A principal reclamação dos brasileiros é quanto ao fato de os aumentos serem inesperados e muito “dolorosos” ao bolso do consumidor.

O resultado da greve não exatamente melhorou este cenário, mas jogou o problema para (não muito) longe. Quer dizer, a situação para quem tem um carro a gasolina ou álcool não deve melhorar muito. A boa notícia, no entanto, é que os carros elétricos já estão circulando faz um tempo, e os recentes incentivos ao crescimento do uso de Geração Distribuída têm evidenciado que energia solar e carros elétricos são cada vez mais viáveis.

Veja como esses dois andam juntos lendo nosso artigo a seguir.

Carros elétricos: o que são?

Os componentes de um carro movido a eletricidade são:

Bateria. As mais comuns são as de lítioMódulo de controle. Controla a velocidade do carroMotor elétrico. Transforma eletricidade em movimentoTransmissão. Não tem engrenagens e só tem uma marcha além da ré.Freio regenerativo. Regenera o calor (energia térmica) gerado e reinsere na bateria.


O mais famoso carro elétrico hoje é o da marca Tesla, considerado o mais lucrativo da indústria automotiva atualmente. Em resumo, carro elétrico é aquele que usa energia proveniente da eletricidade, em contraste com carros movidos a combustíveis. Neste caso, a energia provém da explosão ocasionada pela combustão dos fluidos combustíveis, que é transferida para o sistema de pistões engrenagens do motor.

O carro elétrico, por outro lado, utilizam baterias ou celulas hidrogênio para obter energia. O motor é elétrico, que é cerca de três vezes mais eficiente do que o motor a combustível. Ou seja, gasta três vezes menos energia para executar a mesma tarefa. Para termos uma noção, acompanhe o exemplo a seguir.

O rendimento médio de um carro elétrico é 11 quilômetros por unidade de energia (kWh) – conservador. O preço em julho de 2018 de 1kWh residencial da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) estava em R$ 1,00. Ou seja, o usuário do carro irá gastar R$0,09  para percorrer 1 km.

Em contrapartida, os carros a combustível 1.0 (os mais econômicos) em média rendem 10 quilômetros por litro. Em Minas Gerais, o preço médio da gasolina era R$ 4,90/L no mesmo período, o que resulta em um gasto de R$0,49 a cada 1 km rodados. Isto é, o usuário de carro a combustível paga quase 5,5x mais caro para andar 1 km a menos do que um motorista de carro elétrico.


Energia solar e carros elétricos: como se relacionam?


No exemplo acima, usamos como parâmetro a tarifa da concessionária pública de Minas Gerais (Cemig). Este valor pode variar de acordo com a bandeira tarifária e com a sua região. E a tendência das contas de energia elétrica oriundas da concessionária pública é aumentar. Isto ocorre por diversos fatores, como a diminuição da capacidade de geração de energia pelas hidrelétricas por causa das mudanças climáticas, além do aumento da demanda por energia elétrica.

Isto equivale a dizer que a eletricidade no Brasil, assim como a gasolina e o diesel, tende a ficar mais cara com o tempo. Porém, o problema maior em nosso país não é o preço da tarifa, mas sim a capacidade de prover eletricidade para uma eventual frota de carros elétricos.

Hoje, há dificuldades para suprir a demanda atual, que dirá em caso de aumenta significativa da demanda. A solução para isso é a energia solar fotovoltaica.

Investir em energia solar é uma tendência. Cada vez mais setores produtivos estão optando por sistemas de Geração Distribuída para aliviar o peso das contas de energia e se manterem competitivas no mercado. Mesmo que se trate de pessoa física, o consumidor que tem uma despesa elevada na eletricidade beneficia-se imediatamente da instalação de painéis fotovoltaicos.

Pense numa pessoa que roda 20 km/dia ou 600 km por mês. Considerando os valores do exemplo acima, isso resulta em uma despesa de R$ 294,00 com gasolina em contraste com R$54  da eletricidade. O que a pessoa economiza com o combustível é o que possibilita o investimento no carro elétrico. Agora imagine que a despesa com a tarifa de eletricidade seja eliminada. Pois é isso que ocorre com a instalação de painéis fotovoltaicos em uma residência.

Além disso, o avanço nas tecnologias de baterias, capazes de armazenar a energia gerada pela captação dos raios solares durante o dia, tem tornado os projetos de carros solares mais autônomos e convenientes. Existem pesquisas pioneiras avaliando a viabilidade das chamadas “vias de recarregamento”, que são estradas capazes de recarregar as baterias dos motores elétricos enquanto os veículos trafegam sobre elas.

Já vemos sinais dos novos tempos mesmo sobre o convencional: postos de gasolina já usam placas solares fotovoltaicas para economizar na conta de energia. Algumas adaptações são necessárias para tornar o abastecimento de carros elétricos uma realidade, principalmente no que se refere ao dimensionamento da carga a ser consumida.

Portanto, os projetos de placas solares fotovoltaicas precisam ser dimensionados de modo apropriado. Estacionamentos são um excelente local para a instalação de placas fotovoltaicas. Assim, o usuário pode deixar o carro carregando enquanto faz suas tarefas – ir ao supermercado, por exemplo.

Carros elétricos no Brasil: já existem?

Sim! E seu uso está sendo estimulado pelo Governo Federal, assim como a aquisição de painéis fotovoltaicos. O Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros híbridos e elétricos pode ser reduzido em até 25% para uma faixa de 7% a 18%, o que deve tornar a tecnologia mais acessível para o bolso do consumidor brasileiro. Anote aí: o nome do programa federal é Rota 2030, tem o objetivo de estimular o uso de carros sustentáveis.

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